Quando implico que o CAOS é organizado muitos não compreendem. Quando implico que há CAOS na organização até parece fazer mais sentido. Na verdade são as duas faces de uma mesma moeda marcada para girar infinitamente. Enquanto existir energia haverá destruição e mudança. E sabendo que nada se perde ou se consome totalmente percebemos o por que nada disso teve um começo e não terá um fim. Limitamos demais as coisas por causa do que achamos a partir do que vivemos. E sempre será assim até o dia em que pudermos ser maiores e tão ou quase tão "infinitos" quanto. Esse texto é uma tentativa poética de tratar de um assunto, mas isso é perca de tempo. Isso é uma grande ilusão para saciar nossa sede e provavelmente no futuro seremos capazes de invadir outras perspectivas, mas agora o que importa de fato?
O CAOS está além de nossa compreensão, entretanto aqui acredito que consegui expressar essa magnitude. Agora neste instante assumo outra condição deste universo infinito. A de que todas as nossas ideias e compreensões são plausíveis. Todas as realidades se misturam. Essa plasticidade do TODO é de fato muito mais estranho do que pensar que o CAOS é organizado. Entretanto coisas aparentemente antagônicas são reais na medida que estes paradigmas se distanciam. O praticante do caoísmo é por um lado adepto do pensamento de que todas as coisas são reais. Todos os mundos são verdadeiros. O que precisamos é lançar mão do medo de soltar nossas crenças para podermos ser capazes de abarcar isso. Sendo assim tudo isso pode sim ter tido um começo, entretanto a magnitude desta ideia é superada pelo fato de que tendo sido ou não, isso de fato nunca importará verdadeiramente. Um segundo pra o TODO são mil tempos de vida humanos. Insignificância é isso. E pensando assim até faz sentido o TODO ter um começo e fim. Mas convenhamos que diante dessa implicação de tempo, esse começo está tão longe e esse fim também que é o mesmo que dizer que não existem. Claro que há de sermos cautelosos e toda e qualquer afirmação sobre isso soará sempre presunçosa. Prefiro levar dentro de mim a percepção de que nada disso terá fim e se mesmo assim houver, neste derradeiro dia seremos capazes de reiniciar tudo novamente aplicando a máxima de que tudo se submeterá à quem estiver no controle. Tempo demais para não estarmos diante deste controle. Tempo demais para os deuses se perceberem finitos. Tanto tempo que este conceito deixa de fazer sentido se pensarmos no TODO. Se um segundo é tanto assim para esse pequenos que somos, podemos simplesmente ignorar o tempo neste ponto da observação. Ele não existe e portanto o fim não existirá nunca. Pois se num dado quadrante tudo explode, noutro as coisas continuam as mesmas, mesmo que um dia um interfira no outro. E neste lugar, onde agora poderíamos dizer que há nada ali, por contradição, já que nada não existe, esta energia que não se perde revigora-se em outras estruturas menores. Da explosão de uma estrela vemos o nascer de outras constelações. E assim sendo este fim é uma implicação limitada a uma parte específica do objeto avaliado, observado. Houve um fim numa parcela, haverá um começo imediato nesta mesma parcela, já que tudo se transforma, este não perder-se é parte exclusiva do CAOS. A organização quando encontra o caos perde-se para dar forma a outra organização. E assim sendo o CAOS é o ser mais imponente de todas as coisas. Ele é a força motriz que leva deuses à decadência ou à elevação. E por esse mesmo CAOS as coisas não findam-se simplesmente, elas se transformam.