Estamos condenados ao movimento. (somos movimento)
Não existe qualquer coisa que esteja parada, ainda que diante de uma perspectiva temporal reduzida assim se apresente, tudo está em movimento. Senão dentro, muito provavelmente fora.
No corpo os fluidos ininterruptamente mantém-se em constante fluxo. E isso é o que caracteriza a vida, mas não somente isto. Mesmo na morte há movimento. E o corpo degrada-se peremptoriamente. Senão dentro, muito provavelmente fora.
Se observarmos uma semente, parece estática. Dentro de uma espaço curto de tempo ela está. Mas se observarmos pela perspectiva da semente, se assim se permitir, todo o movimento está indiscutivelmente ali. Como um potencial em estado de espera. E esperar é movimento, ou melhor, é um estado do movimento.
Diante do absurdo de viver escolhemos normalmente perceber as coisas pela perspectiva da vida ou morte e assim cometemos um absurdo diametralmente absurdo.
A vida é uma forma de compreender uma ordem interna no caos. Ou, uma ordem interna na ordem filha do caos. A morte é um estado de movimento, a vida é movimento. A morte não estabelece um fim per si. Só muda o tipo de movimento. Formas sofrem com a mudança num processo que podemos chamar de transição. Transitamos entre um estado para outro. Se olharmos pelos segundos pouco se percebe. Se formos observar pelo todo do movimento é um choque que de nenhum modo se assemelha. Vida e morte são a mesma coisa. Morremos enquanto vivemos por que somos movimento. E mover é sair do que se era para vir a ser.