reativar ou não reativar

Tendo absorvido os pontos tratados nos dois últimos textos "Uno consigo... Parte I - Parte II" retomo aqui a questão da reativação que foi um dos motivos iniciais disso tudo.
Reativar um ato é necessário até que ponto?

Para responder essa questão é preciso pensar em que estágio de alteração de realidade você se encontra: Quantas vezes suas vontades se concretizaram? Quantas vezes os dias foram sincronicos com suas intenções e quantas vezes você conseguiu olhar para todo um processo de fato realizado?

Avaliar isso é extremamente importante. Requer antes de mais nada que você tenha de fato dados reais sobre você. Você não pode achar nada nesse quesito. Você tem de saber. Saber bem quem você é. Sem ideias dúbias, sem bondades ou condescendências ao seu respeito. Se você é preguiçoso, reconheça. Se você é vingativo, reconheça. Saiba exatamente suas qualidades e defeitos. Trace seu próprio perfil observando-se de fora. Não deixe escapar um pedaço de poeira sem que de algum modo você determine de onde provém. Tarefa árdua e muitas vezes pra vida inteira. Nunca pare de saber quem você de fato é. Isso é interminável. Não digo isso com o intuito de torna-lo neurótico, mas sim cônscio. É necessário isso.  Mas cuidado para não ser cruel consigo. É uma corda bamba e qualquer exagero pode fazê-lo despencar. É preciso muita maturidade, curiosamente a mesma que se alcança quando de fato fazemos essa análise; é preciso muita determinação e muita paz para equilibrar as quebras trágicas e as dores da confusão que nos atingem durante esse processo. É preciso muito respeito principalmente com os outros que muitas vezes receberão cargas e mais cargas advindas destas rupturas. É preciso amor próprio, para saber a hora de ir em frente ou de recuar e parar com a análise, mesmo que temporariamente. Isso tudo é muito complicado e se de fato você reconhece que isso tudo é maior do que você há de se levar em consideração que provavelmente um auxílio profissional seja necessário.

Claro que em dado instante, mesmo que não tenhamos um perfil total de nossas características, que para muitos é algo sobre-humano, chega um momento em que algo se harmoniza. É o momento onde não mais nos empenhamos insistentemente ao encontro de nós. Simplesmente somos. Os novos possíveis detalhes chegarão ao seu tempo. Esse estágio de observação de si é interessante, mas deve se tornar algo suave. Não deve ter o tempo inteiro a insistência que fiz parecer ser necessária no parágrafo anterior. Isto deve ser pacífico. Claro que a guerra em algum momento existirá, mas ela tem de se findar do mesmo modo. É preciso descanso, lembra-se? Sendo assim, avaliar que tal ação precisa ser reativada é algo que simplesmente se apresentará para nós. Claro que coloco aqui as tantas circunstâncias de improviso em que nos encontramos. E algumas poucas situações planejadas onde simplesmente reconhecemos ser necessário o reforço.

Mas o que uma coisa tem a ver com a outra?

Como bem sabemos tudo é importante e neste caso específico você é a grande questão. Quando nos empenhamos em trabalhar com forças das quais nem ao menos vemos, a nossa mente, emoções e impulsos serão os grandes motivos de um sucesso ou de um fracasso. Saber lidar com essa questão é um passo importante para sair da imaginação e partir para a realização. Enquanto você for um grande desconhecido para você é bem provável que toda uma ritualização (etc), acabe sendo impregnada por confusões das mais variadas. Já ouviu falar em autossabotagem? É exatamente isso o que falo. Muitas vezes podemos simplesmente sentir que é necessário uma reativação de algo que nem ao menos funcionou da primeira vez, como isso poderá ajudar agora? Gastar energia a toa é um ato perigoso, não é pouca coisa. É preciso ter estratégia suficiente para gastar exatamente o que é necessário e guardar uma outra parcela para todo o resto. Entrar num rito e sair com dor de cabeça, fraqueza, enjoou, tristezas sem motivos, raiva sem razão, etc., não faz o menor sentido. A menos que o objetivo seja algo sórdido o suficiente e que tenha a ver com a emoção que surgir, tudo bem, você é quem manda, não estou aqui para dar lição de moral, ou tratar de "ética". Mas não sendo, por que vocês está debilitado? E isso é facilmente respondido: você não está ainda um passo à frente como deveria, para enfrentar essa estrada. Se é necessário um mundo inteiro de energia para fazer algo, antes de fazer, tenha dois mundos.



Por algum motivo há um impulso em querer se segurar à realidade palpável. É uma ação clara do nosso instinto de sobrevivência. Aquilo que não vemos, mas ocorre, em algum ponto nos amedronta, pois não conseguimos antecipar o caso e nos proteger de possíveis problemas. Isso é extremamente natural, ocorre o tempo inteiro. Quantas vezes sabemos que sonhamos, mas ao abrir os olhos esquecemos, provavelmente boa parte das imagens deste sonho não são simples e exigem mais maturidade emocional, dentre outras coisas, para virem com mais clareza.

Isso é só um exemplo de como nos sabotamos. Como por exemplo quando vamos nos desculpar com alguém mas simplesmente nada sai das nossas bocas, e quando saem não fazem lógica com as ações que tomamos.

Contudo, partindo para o princípio de que queremos ter certeza da necessidade de uma reativação, trago aqui poucos pontos que podem ajudar nesse caso:

Primeiro de tudo a velha e boa observação. Com o tempo e a prática advinda disso percebemos sem muito esforço quando algo deve ser ou não reativado. Isso ocorre por que vínculos se criam e por isso o ato mágicko em si é tão perigoso, principalmente para os odiadores de plantão. Antes de atingir alguém com algo, somos o vaso onde borbulham as emoções e os dissabores. Somos nós a primeira via de nossas intenções e seremos nós os primeiros a sofrer com o caso. 

Segundo mecanismo pode muito bem ser um oráculo. Tenha sempre em mente que um tarot é uma ferramenta indispensável na vida de um operador. Podemos usá-lo para várias situações, desde construção de um rito, como um feitiço, uma visualização, projeções direcionadas, mensagens, contato com a egrégora "x", análise das harmonias e do tempo. E sendo assim para sabermos até que ponto é ou não necessário reativar. Nesse caso portanto vale a pena observar bem os sonhos, muito provavelmente estes já estarão alertando sobre algo.

Terceiro e não último ponto, mas pararemos por aqui, a vontade. A vontade pura e simplesmente de reforçar algo, por simplesmente saber que mais cedo ou mais tarde a força perderá sua inércia e sendo assim nos planejamos para reativar. Cabe nesse caso ter bom senso. Um rito feito um ano atrás provavelmente já foi apagado da realidade e portanto não necessita mais disso. Uma festividade, ao ser repetida um ano após é em si uma reativação, mas não olhamos para ela como tal por causa do tempo passado. Mas se pensarmos bem nada difere nesse caso.

Sendo assim a reativação tem em si uma importância tão grande quanto o próprio ato de iniciar algum processo, e falo isso por experiência. Fiz a certo tempo algo que durou algumas poucas horas. Durante um período de um mês a três meses fui percebendo os resultados. Em dado instante simplesmente percebi que algo enfraquecia e foi a partir disso que comecei a pensar sobre reativação. Acabei que não fiz coisa alguma. Observei meu intento murchar, senti-o se desfazendo aos poucos. Percebi algumas coisas voltando a ocorrerem, coisas das quais tinham sido a razão do ato. Quando por fim senti que aquilo que eu tinha feito em nada se apresentava mais. Tinha se findado. Mas dela retirei essas observações. E na próxima procurarei determinar métodos mais constantes. Do mesmo modo que consegui ter tais observações percebi algo singular nisso tudo que chamei de "A selvageria da Força" e que será o título do próximo texto daqui do blog. No mais Namastê, até breve.

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S.O.Q.C.