Oráculos… a ação oracular…


No início, devido a todas informações que temos acerca de nossa própria história fica fácil imaginar um ser humano desejoso pelo saber profético do destino. O mundo ao seu redor castrava suas ações se este não fosse um eximio desbravador, e saber portanto o “futuro” com toda a certeza era de grande valia como ainda hoje se demonstra ser. Mas o que se esconde no ato de prever?

Pensar em previsão requer que estejamos abertos a certos pontos como destino, imagem primária da ação – que se dá o nome de Clichê Astral – e a condição natural ou desenvolvida no indivíduo de captar e processar tal informação.
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O destino é, de fato, o lugar ou circunstância que é o estágio final de uma ação ou desejo. Não significa necessariamente que seja imutável – essa é uma observação pertinente a crença de uma força maior além da nossa manipulando nossas direções – e consequentemente é passível de transmutar-se como a tudo, quando tem tempo suficiente e atos lógicos para tal  fim. O destino pode ser visto como uma métrica que não está fixa no chão que você busca, mas que fixa-se a cada passo condicionando processos e levando a conclusões.

O Clichê Astral é uma “condensação energética” que impulsiona a realidade envolvida. Esse termo surgiu para mim ao ler G.O.Mebes. É nada mais nada menos do que o quantitativo energético envolvido numa ação que ao contrário do que muitos possam pensar contém em si o estereótipo da futura ação. As imagens modeladas e firmadas no astral de forma a conduzir processos que dinamizarão um fato. E como falei sobre o destino não significa que seja imutável desde que seja transmutado no seu devido tempo.

Receptividade, intuição, terceira  visão, vidência, etc. Esses termos denotam que um alguém é qualificado com uma atividade incomum, ou pouco percebida, ou mesmo rejeitada pelo concenso geral. Essa habilidade está relacionada basicamente com a atenção do indivíduo sob si. Não é um simples ato de olhar o corpo, mas de perceber no todo que se é, as mudanças e/ou sentires que temos ao longo de um período. Tais condições podem ser desenvolvidas por exercícios e práticas… como normalmente coloco, com hábitos conscientes. 

O indivíduo com interesse em tal atividade normalmente utiliza-se de certos instrumentos capazes de leva-lo a “contactar”, “conversar”, alcançar o devido Clichê Astral e interpretar o mesmo… tendo sempre em vista que as limitações da linguágem racional são muitas. O ato em si não é um processo racional devido a linguagem da alma ser puramente simbólica. Claro que o ato posterior é sim um ato racional, ou racionalizante do que fora captado pelo indivíduo.

Futuro,passado,presentePara tal fim temos inúmeros instrumentos e cada qual contém qualidades que as vezes passam despercebidas: as moedas ou as varetas do I – Ching ; Runas; Urim e Tumim dos Judeus; Pêndulos também servem; Búzios nas religiões afro; um copo com água em certas práticas espiritualistas; cartas ciganas; cristais e um tabuleiro relacionado; um espelho imantado para tal fim; Tarot; etc…

Ao pensarmos realmente na atividade de prever o futuro facilmente poderemos compreender que isso é em boa parte desnecessária. Toda ação no universo é provinda de uma ação anterior. Sendo assim tudo o que ocorre agora na sua vida teve motivos e razões que estão registrados no seu passado, portanto, fazer uma análise do que ocorreu, das emoções envolvidas e os por quês de outrora já são material suficiente para nos apercebermos do futuro, não exatamente, mas com boa chance de ser correta a avaliação. E acima de tudo, uma análise profunda dos reais motivos que lhe colocaram na situação X ajudará ainda mais a perceber para onde caminhas e se de fato desejas esse destino. Mudar não é fácil, claro. Mas aos poucos, com esse tipo de exercício, poderemos obter dos caminhos que escolhemos direções mais exatas, conclusões mais positivas.
Linha-do-tempo-da-comida3 Utilizar portanto um instrumento com o único objetivo de prever ou confirmar algo é uma perca de tempo e eu não aconselho. Há quem diga que o simples ato de conhecer o futuro é suficiente para altera-lo, até concordo, mas nem sempre. E o que se apercebe dessas pessoas loucas por respostas futuras é que elas estão mais interessadas em se sentir menos culpadas com os resultados. Prever o futuro requer acima de tudo respeito e muita sabedoria. O futuro ainda é um aglomerado de possibilidades e antecipá-lo nem sempre é positivo. Muitas vezes descobrimos conflitos e isso só cria mais tempo de sofrimento antecipado. No entanto se um objeto ou habilidade é capaz o suficiente de captar o futuro, do mesmo modo o passado o é. O que somos ao todo engloba todo o tempo. E aqui começamos a perceber de fato a real utilidade de muitos desses instrumentos. Antes de prescrutar o futuro, porque não compreender o que já está ai… e voltamos mais uma vez ao tão “famigerado” auto-conhecimento.

Mas como todos são livres para atuar como desejam, procurem ao menos tomar cuidados. Procurem compreender todos os pormenores do antes e do agora… e se ouver realmente necessidade procurem invadir o futuro, sabendo sempre que ele é resultado direto de suas próprias escolhas e com o respeito necessário.

Abraços
S.O.Q.C.